"!"

    Lillie sentiu algo e parou, totalmente congelada. Mesmo em circunstâncias normais, essa hora do dia tinha um humor estranho. Em qualquer momento, os encontros não eram incomuns, era possível que ela fosse atacada por uma besta faminta por sangue.

    Assim como as ideias selvagens fizeram seu corpo estremecer, era o que iria acontecer.

    "Você é Lillie?"

    Ele falou em uma voz diferente da que ela pensou ter ouvido antes. Sem pensar, Lillie deu um passo para trás.

    "Ei, você é Lillie Charlotte?"

    Bem diante dela estava o dono da voz, não era humana e nem de um animal selvagem. Ele tinha partes do corpo que eram como asas e uma cauda, elas tremeluvam, mas era diferente de qualquer animal que Lillie conhecesse. O fato da voz indagadora ter sido ouvida em sua mente, e não em seus ouvidos, também era incomum.

    Por enquanto, Lillie estava aliviada por ele não mostrar os dentes ou garras, então, ela respondeu.

    "Sim, sou eu. Mas..."

    "Ok. Bem, vamos para algumas respostas. O que é mais valioso para você: amor ou sonhos?"

    Esta pergunta estranha e abrupta fez com que Lillie se sentisse ainda mais perdida.

    "Espere, o que é você? Você aparece de repente, sem nem mesmo me dizer o seu nome... E é incrivelmente indelicado."

    "A indelicada aqui é você. O que exatamente você acha que está procurando?"

    Lillie não se lembrava de ter procurado por essa criatura, mas percebeu que ele estava tentando averiguar algo sobre ela. Pois esse era o dever da fada que a levaria até o Lago da Reminiscência.

    Ela não teve tempo para discutir sobre isso. Então, Lillie respondeu apressadamente.

    "O amor é um sonho, e os sonhos são o amor. Ambos são passageiros, como nossas mentes e corpos, mas para ter apenas um, não há nenhum significado."

    Ela honestamente pensava assim...

    "Bem, então, você está apenas fazendo coisas sem sentido. Você pretende viver apenas com sua mente e amor? E os seus sonhos? E o que vai acontecer com o seu corpo?" As palavras que a fada proferiu apunhalaram direto o seu coração. Ela se lembrava de muitas vezes ter sido criticada por suas crenças, mas sua decisão estava firmemente estabelecida. Agora, enquanto caminhava, ela pensava nisso e quando tudo começava a lhe preocupar, ela parava, e assim que esses “novos pensamentos”, que poderiam ser pensados como a realidade ou como uma explicação para tudo isso, fossem resolvidos, mais uma vez ela seguiria em frente. "Eu continuaria caminhando." E assim, Lillie repetiu essa série de ações indefinidamente.
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